Em 2017, Roma foi surpreendida por uma cena tão simbólica quanto chocante. A histórica Fontana di Trevi — um dos monumentos mais emblemáticos da cidade e símbolo de esperança para milhares de turistas que jogam moedas ali com desejos no coração — foi tingida de vermelho sangue.
O responsável foi o artista e ativista Graziano Cecchini, que despejou um corante não tóxico na fonte em um ousado protesto contra a corrupção e a crise política que assolavam a Itália na época.

A água vermelha escorrendo das esculturas mitológicas causou espanto imediato. Centenas de turistas, inicialmente curiosos, logo começaram a se afastar do local, alguns com medo, outros em respeito ao forte simbolismo do ato.
Cecchini declarou que sua intenção era “acordar a consciência do povo italiano” diante da corrupção que drenava os recursos públicos e da decadência moral que tomava conta da política romana.
Essa não foi a primeira vez que ele usou a arte como forma de protesto. Em 2007, o mesmo artista já havia realizado uma intervenção semelhante na mesma fonte. Porém, o ato de 2017 teve um peso ainda maior, pois ocorreu em meio a uma Roma fragilizada por escândalos políticos e econômicos.
A prefeitura agiu rapidamente para restaurar a água à sua cor original e garantir que nenhum dano fosse causado à estrutura histórica. Felizmente, o corante usado era solúvel e não permanente.
Ainda assim, o vermelho ficou na memória coletiva como um lembrete visual potente: quando a arte encontra a indignação social, ela se torna impossível de ignorar.