A China acaba de tomar uma medida polêmica, mas que está gerando debates em todo o mundo digital: o banimento de influenciadores que ostentam riqueza nas redes sociais. A decisão, anunciada pela Administração do Ciberespaço da China (CAC), faz parte de uma ofensiva mais ampla contra o que o governo considera “valores distorcidos” promovidos na internet.
Segundo as autoridades, conteúdos que exibem estilo de vida luxuoso, consumo extravagante, uso de marcas de grife, viagens em jatinhos ou exibição de grandes quantias de dinheiro estariam incentivando um culto à riqueza que reforça desigualdades sociais e econômicas, além de desviar os jovens de valores considerados “virtuosos”.

A nova regulamentação proíbe postagens que promovam a ostentação como forma de sucesso e bem-estar. Influenciadores flagrados descumprindo a norma terão seus perfis suspensos, conteúdos removidos e, em casos reincidentes, banimento permanente das plataformas.
A política se alinha com a visão do governo de Xi Jinping, que desde 2021 tem promovido a ideia de “prosperidade comum”, incentivando maior equidade social e desestimulando o consumo desenfreado.
Críticos da medida apontam riscos à liberdade de expressão e ao impacto na economia de criadores de conteúdo. Já apoiadores veem a ação como necessária diante do crescimento de uma cultura digital cada vez mais centrada na aparência e no consumo excessivo.
A decisão da China pode influenciar outros países a reavaliar os limites entre liberdade digital e responsabilidade social — especialmente diante do impacto psicológico que o conteúdo de ostentação pode causar nos jovens e nas classes mais baixas.