Uma das criaturas mais intrigantes do oceano acaba de ter parte de seu segredo desvendado. A Turritopsis dohrnii, popularmente conhecida como “água-viva imortal”, fascina cientistas há décadas por sua incrível capacidade de reverter o envelhecimento e começar seu ciclo de vida novamente. Agora, pesquisadores deram um passo importante para entender como isso acontece.
🔬 O que torna essa água-viva tão especial?
Diferente da maioria dos seres vivos, que seguem um ciclo de nascimento, crescimento e morte, a Turritopsis dohrnii possui a capacidade de regredir ao seu estágio juvenil após atingir a fase adulta — um processo chamado de transdiferenciação celular. É como se uma borboleta pudesse se transformar novamente em lagarta.

📊 A descoberta genética
Cientistas do Instituto de Pesquisas Marinhas da Espanha compararam o genoma da Turritopsis dohrnii com o de outras águas-vivas comuns e identificaram alterações em mais de 1.000 genes relacionados à reparação do DNA, proteção contra o estresse celular e controle do ciclo celular.
Entre os genes destacados estão aqueles que previnem o desgaste dos telômeros — estruturas que protegem os cromossomos e estão associadas ao envelhecimento em humanos. Além disso, foram encontrados mecanismos mais eficientes de regeneração de tecidos e manutenção celular.
🌍 Aplicações futuras?
Embora estejamos longe de alcançar a “imortalidade humana”, entender os mecanismos que fazem essa água-viva “voltar no tempo” pode abrir caminhos para novos tratamentos contra doenças degenerativas, envelhecimento precoce e até câncer.
📣 O próximo passo da ciência
Pesquisadores agora trabalham para replicar, em laboratório, partes desses processos em células humanas. A expectativa é que essa linha de estudo ajude a desenvolver terapias celulares mais eficazes e até retardar o envelhecimento em alguns tecidos.