A jovem Kamila Cardoso, de 21 anos, natural de Patos de Minas (MG), viralizou nas redes sociais após ser filmada vendendo terços em um bar de Goiânia. O que parecia inusitado para muitos foi, na verdade, uma estratégia de evangelização adotada pela ex-modelo, hoje conhecida como Irmã Eva. Integrante da Congregação Sancta Dei Genitrix — com sede em Brasília e liderada pelo monsenhor ortodoxo José Ribamar R. Dias —, a freira se mostrou surpresa e feliz com a repercussão do vídeo: “Achei o máximo. Muitos corações foram tocados a partir do vídeo, e viralizar foi uma forma de evangelização”.
Antes da vida religiosa, Kamila teve uma breve carreira como modelo e chegou a vencer o concurso “Miss Continente Teen Sol Nascente” em 2022. No entanto, sua trajetória mudou drasticamente após uma visita ao convento onde uma tia era noviça. Ali, sentiu o chamado vocacional e iniciou sua caminhada espiritual. Passou a frequentar a Paróquia São Jorge e Santo Expedito, onde conheceu seu mentor espiritual, o Padre Ribamar. Aos 17 anos, fez seus votos e adotou o nome Eva, representando seu desejo de fidelidade a Deus em contraposição à figura bíblica da primeira mulher.
Atualmente, Irmã Eva vive na Chácara da Gruta, em Sol Nascente (DF), e participa ativamente de missões urbanas: distribui cestas básicas, visita hospitais, promove ações em comunidades carentes e vende artigos religiosos em locais como bares e praças. Para ela, estar nesses ambientes é justamente o diferencial do seu apostolado: “A forma de pregar o evangelho faz toda a diferença na vida das pessoas, e com a viralização, nosso projeto ganhou um alcance maior”.
O sucesso inesperado, porém, também trouxe problemas. Diversos perfis falsos surgiram nas redes sociais usando o nome da freira. A Congregação Sancta Dei Genitrix alertou que as irmãs consagradas não mantêm perfis pessoais, apenas uma conta institucional. Em vídeo, Irmã Eva reforçou o alerta: “Essas contas, por favor, não sigam, não curtam, não acompanhem, porque não são perfis reais”.
A história de Irmã Eva chamou atenção não apenas pela quebra de estereótipos — de miss a freira —, mas pela forma ousada e contemporânea com que escolheu propagar a fé. Para ela, cada terço vendido, cada conversa iniciada em locais inusitados, é uma semente lançada: “Evangelizar não tem lugar certo. O importante é alcançar os corações”.
