Uma inovação que poderia mudar o futuro da medicina começou com uma ideia ousada e uma brasileira determinada. A biomédica Deborah Zanforlin desenvolveu um chip revolucionário, batizado de ConquerX, capaz de identificar até 18 tipos diferentes de câncer em estágio inicial – com resultado em apenas 15 minutos a partir de uma gota de sangue.
💡 Como funciona o ConquerX?
O dispositivo é um biossensor portátil, que detecta marcadores sanguíneos específicos associados a diferentes tipos de câncer. Ele funciona de forma similar aos testes de glicemia usados por diabéticos: basta uma pequena amostra de sangue que o chip analisa em tempo real.
Entre os tipos de câncer detectáveis estão:
- Câncer de mama
- Câncer de próstata
- Câncer de pulmão
- Câncer de ovário
- Câncer de pâncreas
- Câncer de colo do útero
- Câncer de estômago, entre outros
🏥 Impacto social e acessibilidade
A proposta era ambiciosa: oferecer um diagnóstico acessível, rápido e de baixo custo, principalmente para regiões carentes e locais sem acesso a exames laboratoriais complexos. O chip poderia ser utilizado em ambulatórios, postos de saúde e até mesmo em regiões remotas, democratizando o diagnóstico precoce.

🌎 Reconhecimento internacional
Deborah Zanforlin apresentou o projeto ao MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, e foi premiada por sua inovação em 2016. O reconhecimento internacional impulsionou o desenvolvimento do projeto, reunindo uma equipe multidisciplinar para avançar a tecnologia.
💸 Por que o projeto não chegou ao mercado?
Apesar do potencial de salvar milhões de vidas, o ConquerX enfrentou um grande obstáculo: falta de financiamento.
Segundo Deborah, o custo estimado para transformar o chip em um produto viável para o mercado era de US$ 3 milhões. Contudo, grandes laboratórios e investidores do setor de saúde demonstraram pouco interesse, alegando que um teste barato e rápido poderia reduzir lucros em tratamentos longos e caros. Sem esse apoio, o projeto acabou sendo descontinuado em 2020.
🧬 Legado e esperança para o futuro
Mesmo com a interrupção do projeto, a pesquisa deixou um legado valioso. A tecnologia desenvolvida pode inspirar novos estudos na área de diagnóstico precoce, e o exemplo de Deborah serve de motivação para cientistas brasileiros que enfrentam desafios estruturais e financeiros.
Ela continua atuando na área científica e defende o papel da inovação social na saúde: “A ciência tem que ser útil, prática e acessível. Detectar câncer cedo salva vidas — mas só se o teste chegar a quem mais precisa”, afirmou em entrevista.